domingo, 13 de setembro de 2009

BDSM / subcultura / Iade Semiotica







O que é o BDSM?

BDSM é um acrônimo para Bondage e Disciplina, Dominação e Submissão, Sadismo e Masoquismo
É uma orientação sexual ou uma forma de comportamento entre dois ou mais parceiros adultos. Esse comportamento pode incluir, sem estar limitado a isso, o uso de estimulação física e/ou psicológica com o objetivo de produzir excitação e satisfação sexual. Freqüentemente, um parceiro assume o papel ativo (top ou dominador) e o outro assume o papel passivo ou receptivo (bottom ou submisso). Praticantes de BDSM podem ser pessoas heterossexuais, bissexuais, homossexuais, trans ou intersexuadas.
Atividades de BDSM não envolvem necessáriamente a penetração mas, de forma geral, o BDSM é uma atividade erótica e as sessões geralmente são permeadas de sexo. Em geral o limite pessoal de cada um nao é ultrapassado, apesar de pedir para o dominador parar nao adianta, para esse fim é utilizada a SAFEWORD (palavra de seguranca) que é pre-estabelecida entre as partes.


O BDSM não é facilmente definido. Abrange uma grande quantidade de comportamentos e a maioria dos praticantes não aprecia todos os papéis, práticas ou atividades. As dificuldades para se estabelecer uma definição são discutidas em profundidade mas encontram-se cinco características presentes na maioria das interações BDSM

• Dominação e submissão - a presença de regras de um parceiro sobre o outro e de obediência de um parceiro a outro;
• Consensualidade - o acordo voluntário para participar do jogo (interação) SM e o respeito a certos "limites" (as regras fundamentais de como e em que direção o jogo progride);
• Conteúdo sexual - o pressuposto de que as atividades têm um significado erótico ou sexual;
• Interpretação mútua - a suposição de que os participantes possuem o entendimento partilhado de que suas atividades são de natureza SM ou similar;
• Role playing - os participantes assumem papéis para a interação (jogo) ou para o relacionamento que eles reconhecem não ser a realidade.

É uma troca de poderes, que se associa a um submisso trocando autoridades de tomar decisões (somente para uma cena ou até para a sua vida como um todo) por um acordo de que o dominante irá tomar conta de sua felicidade e saúde. A natureza de uma troca de poder varia amplamente e pode ser explicitamente negociado ou implicitamente concedido na relação.
Uma pessoa submissa é alguém que abdica da sua liberdade de escolha para se submeter a outra pessoa. Isso pode ser no contexto de uma brincadeira dentro de uma cena, até uma transmissão total de poder dentro de uma troca de poder, ou em qualquer lugar entre esses dois extremos.
Alguns praticantes de BDSM gostam de trocar. Isso é, ter papéis tanto dominantes como submissos, durante uma cena ou tendo papéis diferentes em ocasiões diferentes com parceiros diferentes. Um switch pode ser o top em algumas ocasiões ou o bottom em outras. Um switch pode estar numa relação com alguém que tenha a mesma orientação








BDSM perturbação mental?
No passado, atividades sadomasoquistas e fantasias eram consideradas por muitos psiquiatras como patológicas, mas são consideradas cada vez mais como aceitáveis desde os anos 90. A DSM-TV diz que "As fantasias, desejos sexuais ou comportamentos" precisam "causar alterações clínicas ou desabilitação social, ocupacional, ou de outra importante área do funcionamento" para que o sadismo ou masoquismo sexual ser considerado uma doença. Os praticantes de BDSM tendem a rejeitar o ponto de vista de que suas atividades são doentias.
Geralmente quando designadas de doenças, sao atribuidas a disturbios no crescimento sexual e que encontram no sadomasoquismo e na dôr uma dependencia e é isso que é considerado uma patologia.
Uma pessoa dominante gosta de estar com uma pessoa submissa, somente para uma cena, ou como um estilo de vida. As razões para isso incluem desejo por poder, por ser objeto de adoração, ter os recursos e habilidades de um outro ser humano à sua disposição, ou sadismo.




Origens do BDSM :
As origens históricas do BDSM são obscuras. Existem relatos não confirmados de pessoas sendo consentidamente amarradas ou chicoteadas como uma preliminar, ou um substituto para o sexo desde o século XIV. O fenômeno medieval de amor cortês em toda a sua devoção escrava e ambivalência é sugerido por alguns autores como sendo um precursor do BDSM. Algumas fontes alegam que o BDSM como uma forma distinta de sexualidade teve suas origens no começo do século XVIII quando a civilização Ocidental começou a caracterizar legalmente e fisiologicamente o comportamento sexual. Outras fontes usam uma definição mais ampla, citando comportamentos similares ao BDSM em tempos remotos e outras culturas, como alguns flagelantes medievais e alguns rituais de algumas tribos indígenas da América.
Mesmo que os nomes do Marquês de Sade e Leopol bon Sacher-Masoch são a origem dos termos sadismo e masoquismo, respectivamente, ainda tem-se dúvidas se os métodos de ambos seriam considerados BDSM pelas definições modernas de consentimento mútuo ou consentimento informado.
Idéias e imagens BDSM existiram às margens da cultura Ocidental por todo o século XX. Alguns de seus artistas-chave foram John Willie e Eric Stanton. Robert Bienvenu atribui as origens do BDSM moderno a três fontes, que ele chama de "Fetiche Europeu" (a partir de 1928), "Fetiche Americano" (a partir de 1934 e "Couro Gay"(a partir de 1950). Uma outra fonte são os jogos sexuais feitos em bordéis, que remontam ao século XIX, se não até antes.
Muita da influência BDSM pode ser traçada até a cultura gay da velha guarda do couro, que cresceu a partir da cultura dos motoqueiros pós Segunda Guerra. Essa subcultura foi descrita no Leatherman's Handbook por Larry Townsend, publicado em 1972, que definiu essencialmente a cultura "Velha Guarda do Couro." Esse código enfatizava formalidades rígidas e papéis fixos (i.e. sem switching), e não incluia lésbicas ou heterossexuais. Em 1981, entretanto, a publicação de Comingo to Power por Samois trouxe um maior conhecimento e aceitação do BDSM na comunidade lésbica.
Nos idos da década de 90, a Internet trouxe uma forma de encontrar pessoas com interesses especiais ao redor do mundo e de se comunicar com elas aninomamente. Com isso veio uma explosão de interesse e conhecimento em BDSM, particularmente no grupo da usernet chamado GoogleGroups:alt.sex.bondage. Quando aquele grupo ficou poluído demais com spam, o foco foi movido para GoogleGroups:soc.subculture.bondage-bdsm.
A Nova Guarda da subcultura do couro surgiu nessa época.
Imagens de BDSM e fetiche espalharam-se na vertente principal da cultura ocidental através da mode avant-garde, pela subcultura gótica, rap, hip-hop e heavy metal, video clips e ficção científica na televisão e filmes.
A subcultura BDSM moderna encontra-se muito propagada. Muitas das grandes cidades da América do Norte e Europa possuem clubes e play parties, assim como encontros informais chamados de munches. Existem também convenções como Living in Leather, TESfest e Black Rose, bom como a Folsom Street Fair, acontece anualmente em San Francisco.
A Bandeira do Orgulho do Couro é um símbolo usado pela comunidade ou subcultura do couro.


BDSM e o mundo:
A situação legal das atividades sadomasoquistas varia muito de país para país. No Japão, na Alemanha e nos países escandinavos, o BDSM consensual é legal. Em outros países, é um exemplo de crime consensual.
Ao menos no Ocidente, nos países industrializados e no Japão, os sadomasoquistas começaram desde os anos 80 a formar comunidades de suporte e troca de informações para combater a imagem discriminatória que os mais ortodoxos e parte do público fazia da atividade. Isso aconteceu independentemente nos EUA e em diversos países Europeus. Com o advento da web, surgiu a cooperação internacional, por exemplo, o Datenschlag é um esforço conjunto de sadomasoquistas de três países de língua alemã, e a lista de discussões Schlagworte usa um modelo de agência de notícias para conectar seis países.
Em portugal surgem máis adeptos de BDSM. A média de idades é de 33 anos e são maioritariamente pessoas de elevados graus de formação académica.
Esta comuidade esta a crescer e a organizar-se e a internet surge como mediador de experiências e contactos.
No ultimo ano abriram bares como o “Bizarre “ ou o “Juztime” relacionados com esta temática onde se podem encontrar artigos de venda para esta prática ou simplesmente falar com pessoas que partilhem do mesmo gosto e ainda participar em debates sobre esta subcultura.


Quando o inferno se transforma no paraíso:
A nível fisiológico, a festa de sensações BDSM comumente envolve dor, mesmo sem maselas reais. Isso libera endorfina, criando uma sensação de euforia ou a sensação que se tem após um orgasmo, algumas vezes chamada de "estar alto", que alguns acham prazeirosa.No nosso cérebro o centro que regista o prazergeral e sexual, esta muito perto do centro que recebe e analisa a dôr, são vias neurais diferentes, para a dôr e para o prazer mas no nosso cerebro estes doiss centros estarão muito próximos em termos funcioanis, e dai que seja possivel que a nivelcerebral uma estimulação dolurosa possa para certas pessoas ser transformada em prazer Alguns autores usam o termo "body stress" ou stress do corpo. Essa experiência é a motivação para muitos da comunidade BDSM, mas não é o único fato motivador. Na verdade, um certo número de praticantes BDSM (especialmente bottoms) podem muito bem participar de uma cena em que ele não tem nenhum prazer físico apenas para fornecer prazer ao seu dominador, com uma oportunidade para que realizem seus desejos e fetiches.
Em alguns tipos de brincadeiras BDSM o top (geralmente o parceiro dominante) produz uma sensação ao bottom (geralmente o parceiro submisso) fazendo spanking, dando tapas, beliscando, arranhando com unhas, ou usando apetrechos como cordas, fitas, chicotes, palmatórias, canes (varas), facas, cera quente, gelo etc. A sensação de estar amarrado com cordas, correntes, fitas, algemas ou outros materiais pode também fazer parte da experiência. As ferramentas de BDSM contém uma grande variedade de ítens, desde ítens especiais até ítens ordinários conhecidos como "perversíveis".
Uma experiência BDSM prazeiroza depende muito de um dominador competente e de um bottom que esteja no estado de espírito certo. Confiança e estímulo sexual ajudam a pessoa a preparar-se para sensações intensas. Alguns vão mais longe, ao ponto de comparar uma brincadeira BDSM a uma composição musical e sua performance, cada sensação como uma nota musical. Assim, sensações diferentes são combinadas para se produzir uma experiência completa.

Curiosidades sobre BDSM:
BDSM pode ou não envolver sexo de qualquer tipo.
BDSM pode ou não envolver encenação sexual (sexual roleplaying).
BDSM pode ou não envolver infantilismo.
Quão dominante ou submissa uma pessoa é em seu dia-a-dia nem sempre determina o papel preferido dela em uma brincadeira BDSM, mas muitas pessoas refletem essas tendências. Comumente pessoas que expressam um papel em suas vidas normais, como por exemplo no trabalho, tem forte desejo de assumir papel distinto em sua vida sexual, como uma forma de "válvula de escape."
Alguns praticantes BDSM são polyamorous, ou, são sexualmente monogâmicos mas fazem BDSM não-sexual com outros.
Um casal pode praticar BDSM sexualmente, mas ter um relação completamente convencional noutros momentos.
Quando existe abuso no relacionamento, é provável que o submisso seja tão abusivo quanto o dominante.

Conclusão:
O sadismo e o masoquismo constituem lados opostos de uma mesma moeda. Se entendermos essa premissa como verdadeira, concluiremos que todos temos, dentro de nós, os dois aspectos do sadomasoquismo. Temos o sadismo e o masoquismo igualmente dentro de nós. Se no sadista fica patente a necessidade de triunfo sobre um objeto ,no masoquismo, embora pareça haver autopunição no sofrimento e sujeição ao objeto, existe todo um jogo controlador da dor, atuando também no sentido de, através do penar, controlar e triunfar.

O sadista (ou, melhor falando, o sadomasoquista em fase sádica, pois os dois extremos estão sempre juntos) projeta sua parte fraca no objeto e se identifica com o superego tirânico . 
 O que, talvez, aconteça nesses relacionamentos "confusos", seja em função dessa dificuldade. Temos os dois lados extremos dentro de nós e, embora um sempre vá predominar, pode ser difícil aceitar o que parece óbvio.

3 comentários:

Rita disse...

o que tu queres sei eu :P

dIV disse...

Muitas vezes é dificil aceitar o que parece ser óbvio, porque esse óbvio assenta num extremo ao qual a maior não está habituado. A generalidade da população insere-se num mediano, em que o desvio padrão é pequeno e não aborda extremos. O afastar desse desvio padrão é para muitos assustador, um abandonar da segurança, e é encarado com descrença. Falo por mim até, porque já fui convidado para festas destas noutros tempos e recusei. Agora talvez aceitasse, e tentasse perceber o que realmente isto provoca em mim.

Gabriela Pliant disse...

Sobre as origens... qual a bibliografia consultada? Encontrei teu site buscando trechos de outro no google.
Abs